terça-feira, 11 de agosto de 2009

Histórias de sofá

E lá estava ele sentado naquele sofá. Não um sofá qualquer, mas um novo sofá. O sofá antigo era pior, falando em móvel, mas, era o que tinha mais lembranças boas. O primeiro beijo foi ali. Sentados ali, como se o tempo tivesse parado... Um beijo. O primeiro. Sim, outras coisas aconteceram naquele sofá. E, era bom. Agora o sofá é novo. A casa é nova. Ele está diferente, e ela... Bom, ela está mais diferente, ainda que no fundo seja a mesma pessoa. Seus anseios são os mesmos, mas agora ela dita as regras... Ele, paciente, escuta. Ela fala, ela briga ela chora... Ele ouve. Ele fala, mas se sente estranho. O que ele fala, não é o que ele pensa. Pesa pensar. Sentar naquele sofá é tão bom. Sentar naquele sofá, ao lado dela, melhor. Melhor mesmo, é ela, sentada sobre ele, naquele sofá. E ele implora para não precisar sair dali. Lá fora o frio é intenso, e machuca. Assim como é intenso o sentimento dele por ela. A conversa é boa, e o sofá também. Tudo se fala, sobre tudo e sobre todos. Ah os tais segredos. Quem dera a ele contar o que não pode. Ela já não pensa, como antes. Aos poucos, baixa a guarda, e encosta a cabeça no ombro dele. Tudo passa tão rápido naquele momento. Ele sorri, ela também. Ele sabe que aquele lugar ali é dele, mesmo ela dizendo que não. Ele insiste. Ela quase fala o que não quer. Ou, no fundo no fundo quer. Mas, agora não pode. Existem outros fatores que impedem esta mulher - maravilhosamente linda - de fazer o que quer. Eles estão ali, naquele sofá... Paciência. Ele sabe que precisa ter paciência. E, ele tem... Porque ele sabe o que quer. Basta ela querer ver, que aquele ali é o lugar deles, nem dela nem dele, deles. Juntos. A noite não termina no sofá. E, ele vai embora, no meio de uma madrugada fria. Quase congela. Mas, saiu dali, não sem antes olhar para aquele sofá, e dizer baixinho “eu volto, aqui é meu lugar”... E, saiu. Saiu mas não partiu. Paciência... Paciência...

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