segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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Num pedaço de papel, aquele ébrio habitual, que consome, diária e imoderadamente, bebida alcoólica, incapacitando-se para externar, conscientemente, a sua vontade, não consegue discernir o certo do errado em estado de embriaguez, traça no pedaço de papel o que parece ser a sua última chance de colocar pra fora o seu sentimento.

“Vida minha”, começou...

“Vivo neste mundo que escolhi, ainda espírito, ou talvez não. Hoje, sobrevivo. A culpa deste sentimento é tua. Com calma, te explico. Desde a noite que te conheci, com olhos de mulher, e não da menininha linda que era o desejo de qualquer um dos que conhecia, com um beijo intenso, aquela noite (regada a cerveja, da boa diga-se de passagem... Stella Artois, cerveja tipo Premium Lager com 5,2% de graduação alcoólica.) nunca saiu da minha mente. Nem da minha boca, nem do meu jeito de viver neste mundo. Contigo aprendi tantas coisas. Boas, e ruins, mas o que importa é que aprendi. Talvez a coisa mais relevante, é o fato de eu querer fazer tudo (tudo, mesmo) quando eu tiver vontade. Talvez, eu não esteja aqui amanhã. Preciso fazer hoje. Quero acordar ao teu lado todos os dias, e dar o mais belo dos “bom dia” que alguém pode ter. Acordar no meio da noite e te abraçar, como um louco, sentir o teu cheiro, te sentir, minha em meus braços. Esta noite eu bebo. Todas. Como todas as vezes que me pediu para não fazer aquilo que estava fazendo, e o fazia por medo. Fugiu! Dizias-me... Sim, hoje eu vejo que fui um erro. As vezes entre um gole e outro penso se eu não errei quando em espírito escolhi esta vida! Poderia ter vindo cachorro, seria melhor acredito.
Agora, não acredito... Preciso parar por aqui. Estão mais uma vez fechando o bar. E, eu fico assim, sem chão, sem ter para onde voltar. Vou levar este pedaço de papel, e continuo a te escrever. Mas, só o faço, em meu ser ébrio. Até amanhã, minha pequena”

E, levantou, com aquele pedaço de papel amassado na mão, pagou a conta, e partiu.
Não voltou a olhar aquela mesa de bar.
Sabia que, para a vida que sonhou, havia morrido.
Morrido com todo o sentimento, a vontade de voltar e aquele pedaço amassado de papel...

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