terça-feira, 23 de junho de 2009

As faces das pessoas que não conhecemos.

Não sou escritor, muito menos um jornalista. Sou fotógrafo, e acadêmico de Publicidade e Propaganda. Antes de iniciar este post (apesar de já o ter feito) quero deixar claro que eu não sou contra jornalistas diplomados, mas, sim, contra o corporativismo, seja ele qual for.

Vi um "tweet" de uma amiga, com um link para uma crônica assinada pelo Sr. Orlando Fonseca, pessoa pela qual eu tenho uma certa admiração pelo trabalho, mas que nesta crônica em especial me deixou um pouco decepcionado.

Decepcionado por alguns motivos. Primeiro que como ele mesmo coloca no final da crônica, "e não adianta dizerem que não entenderam este meu texto; é possível que eu também não tenha entendido a decisão do STF". Digo isso, pois em dado momento ele escreve que "requintou-se o paladar dos brasileiros, e ninguém mais quer uma pauta de feijão-com-arroz" e logo depois, diz que não entendeu a decisão do STF.

Talvez o que ele não entendeu (o que me admira se assim o é...) que existe uma publicidade falsa (aos publicitários nunca foi exigido diploma...) que apartir de agora, as empresas jornalísticas contratarão pessoas sem formação, pois os salários são mais baixos, ou coisas deste nível. Erro. Totalmente sem fundamento!

Então, o que vai acontecer agora? Simples, e muito simples.
Se até agora qualquer faculdade oferecia um curso de jornalismo, e formava jornalistas diplomados em troca de tostões, agora terão que criar um curso extremamente bom, para que os profissionais se destaquem no mercado! E isso não é bom? Quem ganha com essa decisão é o povo!

Estava falando com um amigo sobre este tema (que na verdade já está enchendo o saco de muita gente, inclusive o meu) e eu dei um exemplo claro, que cito aqui:

Meu pai, é professor doutor titular na área de engenharia agrícola. Foi Presidente da Associação Brasileira de mecanização Agrícola. É reconhecido como um dos "top ten" da mecanização agrícola no Brasil. Consultor de empresas nestá área. E por aí vai... Ele escreve para revistas do ramo agrícola. Mas, não é jornalista. De um outro lado, existe um jovem de vinte e poucos anos, diplomado, formado um jornalista em uma universidade paga. A revista pede uma pauta sobre COLHEITADEIRAS DE FLUXO AXIAL e a evolução no Brasil. Quem tem mais conhecimento de causa para escrever sobre o assunto?

E por aí vai. Um médico escreve melhor sobre doenças cardíacas, do que um jornalista.
Um chef de cozinha (profissão retirada da crônica do Orlando) escreve melhor do que um jornalista...

Quem ganha, nós leitores, sempre.

Então, repito, "ninguém mais quer uma pauta de feijão-com-arroz".

Não entenderam o meu texto? Ótimo. Eu não sou um jornalista.


...

O CANUDINHO - Orlando Fonseca


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3 comentários:

Arno disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Arno disse...

Fabiano, antes de mais nada, obrigado pela menção em seu texto. Em seguida, entendi muito bem o Orlando Fonseca. Ele diz, entendo eu, que não se precisa de diploma de jornalista para escrever bem. Como não os há para cozinheiros.
Viva a liberdade de expressão!!! E como dizia meu velho mestre Claudio Mussoi: que se imponham os melhores (já contra a reserva de mercado na década de 1970). Claro que o ganho é da sociedade, livre dos medíocres, que escrevem, ou falam, o que não entendem (já vi na Globo uma "jornalista" falar que um campo de futebol tem 100 metros quadrados. Raciocínio dela: 100 X 100 metros = 100 metros quadrados. Ah, e o Galvão Bueno é "jornalista"? Deusolivre!).Falei?

Unknown disse...

Muito bom o texto... acho que os fotógrafos já estão acostumados com isso que os repórteres irão enfrentar. Ainda mais agora na era da digital, onde todos se acham fotógrafos.
Essa semana um jornalista da globo.com escreveu que as novas regras da F1 em 2010 obrigariam as equipes a diminuírem a sua receita em mais de 100%. Caramba, então a equipe ao invés de investir, já começaria devendo? O correto seria dizer mais de 50%... mas tudo bem, vamos perdoar, ele é Jornalista e não matemática... rsss